No mês de maio de 2014 a Fundação Banco do Brasil (FBB) e Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) lançaram o Edital do Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica (Ecoforte). O Programa Ecoforte integra o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) do governo federal que objetiva ampliar a produção e o consumo de alimentos orgânicos e agroecológicos no Brasil. A finalidade do Programa é diversificar e aprimorar a capacidade produtiva, intensificar as práticas de manejo sustentável de produtos da sociobiodiversidade e de sistemas produtivos orgânicos e de base agroecológica. Estão em parceria, também, deste programa a Secretaria-Geral da Presidência da República; o Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Trabalho e Emprego; a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ao tomar conhecimento do Programa, a Associação de Agricultura Natural de Campinas e Região (ANC) convidou diversas instituições para a construção colaborativa de uma proposta. Articularam-se, para isso, representantes da ANC, CATI, Embrapa Meio Ambiente, Coletivo de Consumo Responsável Trocas Verdes, representantes das Unidades de Referência, entre outros parceiros. Logo percebeu-se que a Rede de Agroecologia do Leste Paulista deveria ser o foco do projeto, pelo seu histórico, sua amplitude territorial, quantidade de atores envolvidos, projetos e iniciativas já existentes. Assim, foram selecionadas onze Unidades de Referência e um conjunto de ações estratégicas que permitirão atingir um maior número de produtores familiares e consumidores em geral.
Unidade de Refência |
Município |
Temática |
COOPRAFAN |
Artur Nogueira |
Unidade de Produção de Insumos |
Assentamento Rural Sepé Tiaraju |
Serrana e Serra Azul |
Sistemas Agroflorestais e consórcios biodiversos Agroecológicos |
Associação Piracaia Orgânica |
Piracaia |
Sistemas de Captação de Água e Proteção de Mananciais Hídricos |
Assentamento rural Milton Santos |
Americana e Cosmópolis |
Sistema Agroecológico horti fruti-florestal com minhocário |
Sítio São José da Cachoeira |
Amparo |
Sistemas Alternativos de Irrigação de Baixo Custo |
Assentamento “17 de Abril” (Fazenda Boa Sorte) |
Restinga |
Sistemas Agroflorestais – Hortas, Pomares e Cultivos Ecológicos |
Sítio Agroecológico |
Jaguariúna |
Sistemas Agroflorestais – Hortas, Pomares e Cultivos Ecológicos |
Sítio NatureSer |
Caconde |
Unidade Experimental de Beneficiamento da Produção
Sistemas Agroflorestais – Hortas, Pomares e Cultivos Ecológicos Sistemas de Captação de Água e Proteção de Mananciais Hídricos |
Associação Cornélia |
Sousas/Campinas |
Hortas, Pomares e Cultivos Ecológicos |
Associação das Mulheres Agroecológicas – AMA |
Mogi Mirim |
Viveiro de Mudas |
Meliponário Escola |
Jaguariúna |
Unidades Agroecológicas de Criação Animal |
Partiu-se do pressuposto que as Unidades de Referência são constituídas por produtores agrícolas familiares, muitos dos quais já se destacam no cenário de produção agroecológica e orgânica, e que precisam de apoio para multiplicar os próprios esforços em favor da Transição Agroecologia e do fortalecimento dos Sistemas de Produção mais sustentáveis. As ações de comunicação e fortalecimento e estruturação dessas URs, por sua vez, irão contribuir para que a população em geral, conheça esses produtores e se envolva no processo como consumidores conscientes e cidadãos corresponsáveis. Entretanto, a Rede propõe ações concentradas em construção e transferência do conhecimento, produtividade, conservação de recursos naturais, segurança alimentar e, principalmente, se propõe a levar esses conhecimentos e tecnologias para uma municipalidade ainda maior.
Dentro dessa diversidade de experiências e tecnologias das URs, podemos demonstrar, estudar e transferir a viabilidade da produção agrícola com biodiversidade, equilíbrio ambiental, rentabilidade, autonomia e manejo sustentável. Especificamente, contamos com sistemas agroflorestais produtivos, produção de insumos, horticultura, minhocultura, meliponicultura, apicultura, processamento de frutas com energias renováveis, pecuária, captação e conservação de água, sistemas de irrigação de baixo custo, baseado em trabalho multidisciplinar e baseado nos princípios participativos da pedagogia social de formação de tais Unidades.
Assim, caminha-se, na expectativa de nos articularmos mais em Rede, fortalecermos os elos já existentes e fomentarmos novas relações, para que o movimento agroecológico se consolide e concretize ainda mais suas ações no território do Leste Paulista.